-Ir “à aventura”, sem nada marcado e ao sabor do vento poderá ser uma maneira de viajar fantástica. Acredito que sim e chegou-me a apetecer fazê-lo. Por outro lado, para um tipo como eu isso era muito radical!... Além do mais, ir para locais turísticos, em Agosto, sem nada marcado, sem ideia nenhuma de nada… Má ideia, não? Ainda assim, e fica a nota para possíveis interessados, encontramos em todas as localidades imensos sinais a publicitar quartos por preços muito simpáticos e biker-friendly (com garagem fechada). Será relativamente pouco arriscado ir sem nada marcado, pelo menos nas localidades mais “normais”. Estou convencido que se encontra sempre alojamento.
Fomos com tudo reservado e com os dias parcialmente programados. Tudo correu bem a esse nível e não sentimos necessidade de alterar o programado. Vimos tudo que nos tínhamos proposto e ainda umas quantas coisas mais, daquelas que não se descobrem na internet!...
Para mim, os meses que antecederam a viagem, já fizeram parte da aventura. O investigar, pesquisar, escolher, ficar na dúvida, decidir, reservar… Foi um processo que me deu muita satisfação e muitos conhecimentos dos locais por onde definimos passar. Para uma próxima vez, farei igual…
-Viajar de moto! (Não é publicidade!!) Viajar de moto é viajar num veículo fantástico mas obviamente limitado em quase todos os aspectos. E isso, tem alguma coisa que se lhe diga. Se por um lado basta juntar uma roupita, atestar o depósito e arrancar para a estrada, por outro temos de zelar pelo nosso conforto, bem-estar e segurança. Antes de arrancar fiz uma revisão extra à menina, foram revistos todos os componentes de desgate e foi confirmado se estava tudo “em ordem”. Uma vez em estrada, tentei sempre lembrar-me que sou sempre o mais fraco, quer tenha razão quer não tenha… O motociclista é sempre o que perde mais em caso de acidente.
-Estradas e países…De um modo geral, fazendo excepção à Itália, senti-me sempre muito seguro na estrada. Mesmo nos passos, onde estava à espera de encontrar os RR’s a esticar as máquinas, não vi nada que pudesse ser criticado. Uma ou outra manobra mais ao estilo “português”, mas nada que fosse mesmo reprovável. Ao contrário do nosso dia-a-dia aqui no cantinho à beira mar plantado…
Em França, onde circulei maioritariamente por AE, para quem cumpre os limites de velocidade, os 130Km/h permitidos são uma agradável surpresa. No geral o trânsito é respeitador e não presenciei grandes abusos.
A Suíça… Ahhh… a Suíça… Conduzir por ali é uma maravilha! Deviam ser elevados a Património Motorizado da UNESCO!!! Respeito, segurança, civismo. Curiosamente não vi um único polícia, mas também não vi excessos. Todos respeitam e as coisas funcionam bem dessa forma.
A Áustria no aspecto da estrada e da condução é em tudo equivalente à Suíça. Há igualmente a necessidade de adquirir a Vignete, mas ao contrário da Suíça, a Áustria tem a possibilidade de se comprar por uma validade mínima de 10 dias e além disso as motas têm desconto! Estive pouco tempo por lá e poucos Km… Não tenho muito mais a dizer…
Depois, a Itália… Ai a Itália… São tão parecidos connosco… Tudo no relax. A arte de fazer asneiras e não ser apanhado está também desenvolvida ao máximo. Regras de trânsito? Sinalização? Nada disso! Prego a fundo e fé em Deus… Foram “interessantes” os km de AE neste país. Fora das AE, o Norte do país, imediatamente a sul dos Alpes, parece merecedor de andar por lá uns bons dias… Para outra vez…
-As pessoas… Em todos os locais/países pudemos verificar que afinal o Inglês não é propriamente a língua do mundo… Pouco entendido em França, da Suíça para a frente nem vale a pena tentar… Em Itália acabamos por nos entender em italianês… Espanha não representa problema… São nuestros hermanos!
Tentar falar com as pessoas, ter alguma disponibilidade para procurar aquela lojinha longe do circuito turístico, onde é tudo mais genuíno. Ouvir o que nos rodeia, ver os hábitos tão diferentes… Muito interessante! Aprende-se a… crescer!
-Os custos… Bem, aqui tudo depende das escolhas. Informação essencial: Turismo de moto é caro! Viajar pela Europa é caro! Logo: Viajar de moto, pela Europa… é muito caro! Convém ter a noção que a Suíça e a Áustria são países muito mais caros que o nosso. O dinheiro lá não rende como aqui… 5€ por um café na Suíça é (quase) perfeitamente aceitável e nem pode ser considerado caro… A gasolina é muito mais barata em Espanha e muito mais cara na Suíça (e também, ainda que menos, na Áustria), o que quase acaba por compensar. Em Itália e França é aproximada aos nossos preços (Atenção à gasolina sem Chumbo 95/10 em França! Os 10 significam 10% de álcool! Por via das dúvidas atestei sempre o Mamute com SC 98). Fiz, nestes 5000 km uma média de 5l/100km, o que me parece fantástico! Fiz mais que uma vez 400km até acender a reserva (acende ao gastar 20 litros, ficando 5 de reserva!!).
Onde se pode fazer a diferença é nos alojamentos e na alimentação. Comer em restaurantes versus comprar no supermercado e comer num jardim faz toda a diferença. Em 15 dias de viagem esta diferença pode chegar com facilidade a centenas de €€. Nos alojamentos é a mesma coisa. Cada um sabe o que exige como mínimo e sabe que quanto melhor, mais se paga. Seja como for, na Suíça, mesmo um Hotel fraquinho (muito fraquinho), algo tipo 1 estrela “e das fracas” fica sempre muito mais caro que um bom IBIS por cá, ou até um 3 estrelas.
Com alojamentos, alimentação, gasolina, ferry e todas as despesas incluídas, posso dizer que para estes dias o valor gasto não se afastou muito dos 3000€. A isso apenas se adicionou, no meu caso, a preparação da moto (pneus, alarme e revisão) e a compra de algum equipamento pessoal.
Não fica muito barato, mas dou cada euro por muito bem gasto!
Muito bom! Já tive todas essas sensações mas indo de carro. Agora que já tenho mota gostava de fazer esse percurso, mas parece-me que 3000€ é um tanto excessivo, mesmo tendo em conta a revisão. Com um carro a diesel não gastei mais de 1000€. Mas também é verdade que acampei a maioria das noites :)
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